O PT deve se aliar ao prefeito Valmir?

Antes de tudo façamos uma análise política. O PT pode se aliar a Valmir? Pode sim. O PT é um partido político, e como partido tem que fazer política. E aliança faz parte da rotina política de qualquer um partido. E aliança, geralmente não é feita entre iguais, mas trata-se de algum acordo entre pessoas ou instituições que pensam e agem de forma diferente. Até países em guerra podem fazer aliança em algum momento. O que se discute é o tipo de aliança, os benefícios e malefícios que ela pode trazer a curto, médio e longo prazo. O mais importante a ser observado em uma aliança é o limite ético. Portanto, sendo o PT um partido político dinâmico e moderno poderá sim fazer aliança com o governo Valmir e esse acordo entre adversários ferrenhos não seria o primeiro e nem o último. Em política é assim: hoje somos adversários e amanhã seremos aliados. Repito: o mais importante é observar o limite ético dessa aliança e os benefícios coletivos para os dois lados e, principalmente para a sociedade.

Desde o início do governo Valmir parte do PT vem tentando essa aproximação. Mesmo antes da posse o vereador Euzébio decidiu que não sobreviveria como oposição após oito anos sendo governo. Na verdade não estava preparado para essa mutação que iria de encontro violentamente contra seu DNA. De cara ele quebrou a estratégia do PT de comandar a mesa da Câmara. Botou a bola debaixo do braço e foi jogar no time adversário. Em outros tempos (gloriosos tempos) teria sido expulso e perderia o mandato. Como ele (Euzébio) percebeu que o PT estava fragilizado e sem moral política para qualquer retaliação, foi jogando cada vez mais aberto no time do Valmir, guiado pelo seu padrinho e tutor Wanterloo Bandeira. Logo conseguiu o apoio do vereador Miquinha e de boa parte da direção petista.

Namoro entre tapas, beijos e mentiras

Após longo tempo de namoro, após várias reuniões secretas, após negociações nada éticas, o prefeito resolveu ser objetivo. "Ou vem os quatro ou não tem acordo". No final do ano passado o prefeito chegou a negociar a SEMPROR em troca do apoio político do PT. O grupo que negociava garantia que seria o partido por inteiro. Mantinha o discurso de que tinham o partido nas mãos e que os dois vereadores rebeldes -Eliene e Zé Arene- viriam pelo "cabresto". O velho Valmir como não é bobo nem nada percebeu que se tratava de um golpe e foi enrolando, empurrando com a barriga bem ao seu estilo. Enquanto isso foi alimentando a expectativa de que o grupo teria sua secretaria de presente. Era só uma questão de tempo. Na última terça-feira -27/05- houve mais uma tentativa de negociação. O prefeito marcou uma reunião com os quatro vereadores. Eliene decidiu não ir. Os três vereadores petistas que foram para o palácio dos ventos levaram o maior chá de cadeira. Na sala de espera passaram pelo constrangimento de verem entrar no gabinete do prefeito todo mundo, e não serem chamados. O Valmir propositalmente resolveu dar um castigo nos três para mostrar como toca a banda. Um assessor falou que ele retardou o encontro pela frustração de saber que a Eliene não compareceu.

Miquinha que não tem sangue de barata não aguentou a humilhação. Pegou um moto taxi  e se evadiu da prefeitura para tentar chegar a tempo na sessão. Chegou e soltou os cachorros para cima do prefeito. A reunião aconteceu somente com Euzébio e Zé Arenes e pelo que se soube o prefeito apenas ensaboou e deixou a pauta mais importante para outro momento.

Acordo nas mãos da vereadora Eliene

O prefeito Valmir já deixou claro em vários momentos que sem Eliene Soares não lhe interessa nenhum acordo. Segundo ele, já tem o apoio dos demais e a vereadora é a única que poderá lhe causar problemas a exemplo da tentativa da CPI da saúde. Se Eliene for convencida desse acordo, o PT passará a compor com a base do governo e Valmir realizará seu sonho de ter 100% da Câmara em suas mãos e terá sua reeleição garantida.

E você leitor, o que acha disso? O PT deve aceitar essa aliança e compor com o governo Valmir? O que está por trás dessa aliança?

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