A pedido de vários leitores do Blog, posto novamente esse texto escrito em 15 de fevereiro de 2016. Espero contribuir com uma atitude mais positiva e com o bom senso na utilização das redes sociais.
A expressão "cavalo do cão" é muito usada nos terreiros de macumba para designar pessoas que recebem uma entidade para ser o portador de alguma mensagem, alguma missão macabra. Geralmente essas pessoas são fracas, autossugestionáveis, e tornam-se objetos dos interesses dos líderes dessas entidades. Espalham mensagens que não são suas, sempre com o objetivo de confundir as mentes das pessoas, buscando assim o domínio através da manipulação.
Atualmente, em tempos da massificação das redes sociais (Face, WhatsApp, Instagran, entre outros), achei bem apropriado usar o termo "cavalo do cão" com uma pequena atualização: "cavalo do cão eletrônico". Trata-se daquelas pessoas que vivem espalhando mensagens que não são suas, e que nem conhecem seus autores ou se são verídicas ou não.
Geralmente esses cavalos do cão eletrônicos são pessoas com baixa capacidade mental, baixo nível de informação, ou até mesmo desavisados que são perfeitos para disseminarem mentiras e fofocas nas redes sociais. Porém, há também entre os cavalos do cão eletrônicos pessoas de uma certa inteligência, mas descuidadas ou maliciosas o bastante para compartilhar uma mensagem sem saber a veracidade, apenas por questão ideológica ou religiosa.
Como funciona e como agem os cavalos do cão eletrônico?
Com a rapidez das redes sociais, basta alguém criar uma mensagem qualquer com algum apego emocional ou de cunho religioso e até falso-moralista. Pronto! Quanto mais apelativa for a mensagem, mais rápido ela vai se tornar viral, vai se espalhar como uma epidemia incontrolável. E as consequências costumam ser drástica. Lembram daquela mulher que foi linchada em 2014 no Guarujá por suposta prática de magia negra? Pois é. Começou com um site local acusando-a de praticar tal ato envolvendo crianças. Rapidamente alguns cavalos do cão sem confirmar a veracidade da notícia, espalharam-a e a população ensandecida capturaram e espancaram uma pobre mãe de família inocente que veio a óbito no hospital.
Um outro exemplo aconteceu recentemente em Goianésia. No dia 25 de janeiro o prefeito daquele município foi assassinado enquanto participava de um velório. Logo em seguida circulou pela internet a foto de dois jovens mortos como sendo os pistoleiros que vitimaram o prefeito. Acontece que esses jovens (mostrado de forma macabra com muito sangue) foram vítimas de um acidente de moto. E vi muitas pessoas "inteligentes" de Parauapebas compartilhando essa imagem cruel. Como você se imaginaria nessa situação? Como você acha que ficou a família que além de perder um filho drasticamente ainda viu sua imagem envolvida em acusação de pistolagem?
Geralmente, as pessoas que tem intenção de espalhar uma mentira, usam apelos emocionais, morais ou sentimentos religiosos. Alguns são tão ridículos que chego a duvidar da capacidade mental de quem compartilha. Veja alguns exemplos:
* Alguém coloca no Face uma imagem de uma criança sendo espancada ou uma mulher sendo estuprada e coloca a legenda: vamos compartilhar até que chegue no Luciano Hulk ou nas autoridades e esse monstro seja preso. Que absurdo! Quem compartilha isso está apenas ajudando a espalhar a violência. Se quem postou quisesse de fato ajudar, entregaria a imagem para a polícia, pois quem filmou sabe de quem se trata. Imagine se alguma autoridade que se preza ou se o Luciano Hulk vai dar importância a imagem que nem sabe de onde veio!
* Alguém coloca imagem de uma pessoa doente, de preferência bem bizarra e sensacionalista. Na legenda escreve: vamos ajudar esse inocente. A cada compartilhamento o Google doará um centavo para ele. Quanta idiotice! O Google e nem outro grupo da internet não faz doação a ninguém. Isso é coisa de mente doente que quer se aparecer nas redes sociais e quer mostrar que suas postagens estão bombando. Quanto mais compartilhamentos ou curtidas, mas esse tipo de mente doentia se sente importante. Esse tipo de doença geralmente vem de quem quer imitar os famosos que tem milhões de acessos, seguidores e curtidas em suas páginas. Então vale tudo para conseguir ser famoso na rede.
*Uma foto de uma criança com um tronco de madeira atravessado no tórax. Esse é um prato cheio para os piegas de plantão. Na legenda aparece: se você tem fé digite amém e esse anjinho será curado. E ainda vem o apelo final: se fosse putaria você compartilharia, mas como é coisa de Deus, você apenas vai ignorar e rolar para baixo. Puta q. p. Aí já é demais. Sem comentários.
Cavalo do cão eletrônico político
Ultimamente esses cavalos tem sido uma constante nas redes sociais. Desde a última campanha presidencial até o presente momento, as "entidades do além" (Rede Globo, Folha de São Paulo, UOL, etc.) ou os aliciadores de mentes fracas (os playboys elitizados, os mauricinhos perfumados e a elite mal cheirosa preconceituosa e atrasada que não suporta dividir aeroporto, shopping ou universidade com pobre) vem utilizando muito esse recurso. Basta uma mensagem com algum elemento que pareça verdadeiro, ou algum fato que passou na mídia de forma deturpada, pronto: viraliza como verdade absoluta. Exemplos:
* "A Dilma mandou para o congresso um Projeto de Lei Número 23.666/18 onde obriga todos os brasileiros a instalarem o chip da besta fera(...) Vamos barrar esse absurdo. Compartilhe em 6 grupos e vamos atingir 1 milhão de compartilhamentos em 7 dias para que o congresso vote contra. Pronto! A isca foi jogada. Basta um inocente propenso a cavalo do cão eletrônico para a mensagem se tornar viral. Ele nem vai se dar ao trabalho de acessar a internet para averiguar a veracidade da notícia, pois é muito preguiçoso para isso.
*O deputado Jean Willys entrou com uma emenda propondo alterar a Bíblia Sagrada. Se você é cristão, nos ajude a denunciar esse elemento que além de gay é comunista. Basta compartilhar. Eu já fiz a minha parte, agora faça a sua para salvar a nossa fé. Agora foi de lascar. Desde quando deputado tem poder de alterar a bíblia? Será que esse idiota não sabe que há muitos anos vivemos num Estado laico? Aliás, gente assim nem sabe o que é Estado laico. E tanto preconceito só poderia partir de uma mente doente.
O cavalo do cão eletrônico é tão sem noção que continua compartilhando mensagens antigas e manjadas que circularam na campanha eleitoral para presidente. Notícias falsas sobre políticos e filhos de políticos que já foram desmentidas na imprensa, continuam sendo divulgadas pelos desavisados. Recentemente, estão divulgando até uma notícia de que a finada Marisa Letícia estaria viva na Itália. e observe que as mensagens dos cavalos do cão eletrônicos sempre vem com o apelo: "compartilhem".
Como não se tornar um cavalo do cão eletrônico
Apenas seja criterioso e cuidadoso com as informações que circulam nas redes sociais. Desconfie de tudo o que lê e use o filtro do bom senso. Se deparar com uma mensagem que ache interessante compartilhar, confira antes a sua veracidade e fonte. Uma vez recebi uma informando que empresa X estaria doando cadeiras de rodas e até colocou um telefone. Como pediram para compartilhar, desconfiei. Liguei para o número informado e confirmei que era apenas trote.
Se alguém quer fazer uma caridade ou posta uma mensagem interessante, jamais vai pedir para compartilhar. Se no final da mensagem vem o apelo pedindo para compartilhar, delete, fuja da armadilha. Geralmente trata-se de alguém querendo fazer você de cavalo do cão. Mensagens interessantes não precisam de apelo. Você compartilhará se for do seu interesse. As vezes recebo umas mensagens até interessantes, mas quando chega no final, vem o golpe: compartilhe para seus amigos especiais ou nos grupos. Se não compartilhar você terá uma má notícia em 3 dias. Aí já é uma ofensa à minha inteligência. Isso me faz lembrar do tempo da vovó onde um vizinho mala botava debaixo de nossa porta uma tal "oração" e dizia que teríamos que fazer 10 cópias e distribuir senão nossa família seria vítima de uma tragédia e que fulano lá na "baixa da égua" (geralmente bem longe) fez como pedido e em 15 dias acertou na loteria. É claro que levávamos o papel para a privada pois na época papel higiênico ainda era artigo raro. Mas muitos vizinhos saiam distribuindo as tais cartas com as famigeradas "orações".
Fique atento para não ser um cavalo do cão eletrônico. O grande antídoto é você se manter informado e ler bastante. Não saia por aí reproduzindo o lixo da grande mídia ou o lixo que circula na internet. que quer te manipular com desinformação ou informação falsa.
Lembro que até postei um comentário sobre esse artigo, não me recordo qual; mas recomendo a releitura de "As mulas e seus préstimos - de José O. Zelão V. Reis - postado neste blog.
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkk. Às vezes sorrio e mando para a pqp. Passo de doido em casa porque minha família diz que não respeito o "sentimento dos outros". Mas infelizmente é lamentável essa atitudes da ignorância humana ou maldade humana. Se Pedir para compartilhar, já era.
ResponderExcluirluiz?
ResponderExcluirkkkk
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