Antes de tudo, esclareço que abri uma exceção hoje para escrever essa pauta pela importância do momento histórico. Mas, como já falei antes, não vou ficar escrevendo sobre os vereadores por achar um tema baixo astral. Prefiro escrever contos eróticos.
A volta gloriosa do guerreiro. |
Na sessão dessa terça (9), na Câmara dos vereadores de Parauapebas reinava um clima contraditório: por um lado, um grupo de vereadores pareciam estar num velório, enquanto outros estampavam um sorrisão de amplo contentamento. No auditório reinava o clima absoluto de festa. Mas por que esse clima contraditório?
No dia 8 os vereadores afastados foram ouvidos em audiência pelo juiz dr. Líbio Moura e, três foram reintegrados aos seus cargos depois de onze meses. O juiz resolveu tornar célere o processo e ordenou que os três retornassem aos cargos imediatamente. Assim, os suplentes que perderam os cargos (Joelma Leite, Lidemir e "Zaca-rias") nem tiveram tempo para despedidas. Mal deu tempo para esvaziar os gabinetes, e tiveram que sair de forma vexaminosa e constrangedora. A ex-vereadora Joelma Leite desavisada, chegou a comparecer à câmara preparada e paramentada para a sessão. Quando deu de cara com o vereador Arenes, caiu na real e voltou.
Durante a sessão era perceptível o clima de decepção entre os vereadores governistas que perderam de uma só tacada três defensores agressivos do velho falido prefeito. Foi como um soco no estômago e pelas caras estava doendo muito. Já os vereadores da oposição sorriam de orelha a orelha por ganharem três aliados. Até o Devanir que era da base do governo voltou prometendo vingança por ter sido covardemente abandonado pelos seus aliados "mui amigos". Na galeria, que ultimamente andava vazia e enfadonha, dessa vez foi completamente ocupada por populares que foram comemorar mais a saída dos suplentes do que a volta dos vereadores. A maior alegria notada foi com a saída do "Zara-rias" que, segundo falavam, agora era "Zaca-chora".
Vereador Arenes foi o mais aplaudido e festejado
Arenes que foi preso por posse ilegal de armas (por isso ficou conhecido como Senhor das Armas), saiu da prisão e assumiu o mandato. Depois, foi afastado inexplicavelmente. Ele deu a volta por cima e fez um discurso que demonstrou que é um homem com verdadeiro espírito público. Não ficou se lamentando, não usou a tribuna para falar o nome de Deus em vão e com muita coragem fez uma autocrítica e ressaltou o seu papel de oposição. Foi o mais aplaudido e comemorado. Quando disse a frase: "hoje a caneta está com o Valmir, mas amanhã não estará", foi interrompido pela platéia que gritava "Darci, Darci, Darci..."
Oposição traída por Euzébio e Miquinha
Na sessão do dia 2 de agosto o vereador Massud apresentou um requerimento solicitando documentos de contratos suspeitos com as empresas GEOTOP e Sucesso. Os governistas em absoluta maioria votaram contra, exceto os vereadores Miquinha e Euzébio que por um milagre votaram a favor. Isso deve ter custado aos dois um puxão de orelhas dado pelo Wanterlor (que comanda e manipula os dois). Pois bem, na sessão de ontem o Massud reapresentou os requerimentos com a certeza de que dessa vez passaria com o reforço dos três que voltaram. Acontece que na hora da votação, o Wanterlor retirou seus pupilos Euzébio e Miquinha do plenário e não deu outra: os requerimentos foram reprovados de novo. Depois da votação, os dois voltaram com cara de quem peidou na missa. Vergonha!
O retorno da Irmã Luzinete
Outra que voltou com a corda toda foi a vereadora Irmã Luzinete (para desespero do Brás). Luzinete chegou chegando e vai deixar a câmara mais animada com seu jeito irreverente. Logo de cara botou todo mundo para ficar de pé e cantou um hino evangélico na tribuna. Peço licença para uma observação bem pessoal:
Eu não fiquei de pé e nem aprovei, não por ser contra as coisas que falam de Deus, muito pelo contrário. Poucos sabem, mas segundo a nossa Constituição, vivemos num Estado laico com separação entre Estado e Igreja, ou seja, não devemos misturar política com religião. Falar o nome de Deus num ambiente daquele, chega a ser uma heresia, um atentado à religião. Acho legal quando inicia o discurso agradecendo a Deus. Mais do que isso, é usar o nome de Deus em vão, é tentar misturar política com religião e o resultado disso é sempre negativo. Se eu fosse assessor da Luzinete, recomendaria que convidasse os seus amigos para um culto em louvor e agradecimento a Deus, mas jamais faria isso naquela casa.
A Luzinete optou por um discurso conciliador e chamou a todos de "meu amigo". No discurso se dirigiu ao blogger Luiz Vieira e esclareceu que não havia feito delação premiada como citado no blog. Deixo aqui registrado: a vereadora Luzinete garante que não fez delação premiada para a alegria de muitos vereadores que já estavam fazendo jejum e oração.
Vereador Bruno
Com a volta da Irmã Luzinete, o vereador Bruno perdeu seu lugar na mesa diretora e voltou para o "baixo clero". Em sua face estava estampada o clima de velório que tomou conta dos seus pares. Há muito tempo, desde que virou líder do governo Valmir, o Bruno perdeu o brilho nos olhos e a empolgação no tom de voz. Ontem, essa característica estava mais acentuada, tanto que nem conseguiu discursar. Iniciou sua fala sob vaias e não chegou a usar nem quatro minutos dos dez a que tinha direito. Honestamente lamento por essa infeliz decisão do vereador Bruno, pois tinha uma brilhante e promissora carreira política que enterrou quando resolveu jogar fora seu ideal para se juntar ao poder corrompido. Se haverá tempo de voltar atrás, só o tempo dirá, mas acho que esse é um caminho sem volta.
Miquinha está confuso
Já nas explicações finais o vereador Miquinha nsaiu com essa pérola para disfarçar a vergonhosa aliança do PT com o PSDB e PSD do Valmir: "não fizemos aliança com o PSDB, e sim com pessoas". Ora vereador, assim você quer achar que todos são idiotas. Essa besteira chega a ser uma ofensa a nossa inteligência. Afinal um partido não é feito de pessoas?
O vereador Miquinha anda numa saia justa, pois percebeu tardiamente que entrou numa cilada que custará sua reeleição. Sua base política, principalmente os eleitores das Palmares repudiaram e rejeitaram essa aliança. Para tentar salvar os seus votos da Palmares, ele anda falando que não apoia o Valmir e solta uma pérola dessa. Por outro lado, o seu tutor Wanterlor Bandeira e o velho prefeito marcam pesado para que ele assuma a aliança e o apoio a reeleição do Valmir. É meu caro ex-aliado, como dizia a vovó: "ajoelhou tem que rezar", "comeu a carne tem que roer o osso".
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