Dr. Jackson, Presidente da OAB -
Parauapebas: mais uma vítima da bestialidade, da corrupção e da impunidade. Até
quando vamos tolerar pacificamente? Até quando vamos ficar em silêncio? Quantos
ainda terão que perder a vida para essa cidade acordar?
O silêncio é a forma mais estúpida de
mostrarmos a nossa conivência e cumplicidade.
Postado por Luiz Vieira às domingo, janeiro 25, 2015
A besta e a fera
Tenho ouvido de muitos amigos que
aqui no Pará, especialmente em Parauapebas, não existe lei e quem morre logo
será esquecido pelo descaso das autoridades e da justiça. Muitos falam que não
vale a pena lutar contra as injustiças, contra a corrupção ou mesmo contra a
violência, pois aqui fala mais alto a lei da pistolagem, da barbárie. "Um
cara te dá um tiro no meio da rua, simula um assalto, simula um acidente, e
pronto, fica por isso mesmo. Só quem perde é sua família", disse um amigo.
Respondo sempre o seguinte: "melhor morrer como um homem do que viver como
um rato".
A morte do Dr. Jackson foi anunciada
aos quatro ventos. Ele próprio fez a denúncia nos órgãos competentes reforçado
pela respeitada OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Mesmo assim foi
brutalmente assassinado. Seus algozes confiaram tanto na impunidade que não
tiveram nem uma precaução. Apenas deixaram passar um tempo para esfriar o
clamor que houve após as mortes do advogado Décio e do líder comunitário
"Grande". Fizeram como fazem os assassinos profissionais: deram um
tempo para que a vítima baixasse a guarda e se descuidasse.
Aqui não estou acusando ninguém,
apenas discorrendo e analisando os fatos. Talvez a morte do Jackson não tenha
nada a ver com as denúncias e as ações jurídicas que ele movia contra agentes
públicos. Talvez tenha sido mesmo um assalto como muitos se apressaram em
divulgar. (Em Manaus os assaltantes tem o hábito de andar pelas ruas com
escopeta calibre 12 sem serem importunados pela polícia. Há, há, há). Talvez
tenha sido uma fatalidade, um mal entendido, um acerto de contas, ou dezenas de
outras possibilidades. Talvez. Tudo pode ter acontecido.
"Os assassinos estão livres, nós
não estamos" (O Teatro dos Vampiros - Legião
Urbana)...
Postado por Luiz Vieira às segunda-feira, janeiro 26, 2015
Num evento de "inauguração de
uma reforma" no Posto de Saúde do Bairro Altamira, ocorrido nesse dia 30
de janeiro o prefeito Valmir da Integral soltou os cachorros juntamente com
cobras e lagartos pra cima da OAB e da imprensa de Parauapebas. Um correspondente
do Blog que acompanhava tudo disse que a pequena platéia formada por assessores
e alguns funcionários ficou perplexa com a forma grosseira e desrespeitosa que
o prefeito falou sobre o assassinato do Jakson Silva.
Em tom irônico o prefeito disse estar
indignado com a OAB-Parauapebas. Acusou-a de usar o caixão do dr. Jakson para
"fazer um pandemônio político". Também acusou a imprensa de ocultar
os motivos da viagem do Jakson, fazendo insinuações maliciosas sobre a ida da
vítima à Manaus.
Nesse momento em que a sociedade de
Parauapebas ainda está chocada com a perda de um filho querido, o prefeito foi
extremamente infeliz, para não dizer grosseiro e insensível. Como o chefe do
executivo deveria ao menos respeitar esse momento de dor da família e dos amigos,
e não ficar fazendo insinuações e acusando uma instituição tão respeitada como
a Ordem dos Advogados.
Postado por Luiz Vieira às sábado, janeiro 31, 2015
A crise política instalada entre o
Poder Legislativo e o Executivo de Parauapebas teve sua primeira grande baixa.
E quem perdeu foi a Câmara Municipal. João Assi, conhecido como João do Feijão
usou de astúcia e fez um malabarismo sensacional. Primeiro abandonou a base
governista do Valmir e juntou-se ao grupo de oposição. Nem esquentou a
cadeira de oposição e foi convencido a voltar para a base governista de forma
mais sensacional ainda: abandonou seu mandato de vereador e assumiu a
"importante" Secretaria de Esportes e Lazer (SEMEL).
Com essa movimentação do João do
Feijão a Câmara dos Vereadores ficou cambaleante, pois perdeu o seu mais
ilustre membro. Já o Prefeito Valmir Mariano está rindo a toa, pois conseguiu
atravessar seu mais cruel inferno astral e saiu fortalecido com o convencimento
do retorno do João do Feijão. Assim, a Câmara perde uma perna, uma cabeça
pensante e Valmir ganha um gênio que vai revolucionar o seu governo.
João do Feijão estava na metade do seu
segundo mandato. Vereador experiente, de personalidade forte e decisivo em
todos os momentos do Poder Legislativo, sempre se destacou entre seus pares.
Dono de uma inteligência inigualável, um senso de justiça afiado, lutou com
todas as suas forças para defender os menos favorecidos. Todas as terças feiras
a Câmara ficava lotada de populares que iam àquela casa só com um objetivo:
ouvir o João do Feijão falar. Com um discurso forte, marcante e bem articulado,
o seu João era capaz de convencer até os mais céticos. Era comum observar na
plenária estudantes universitários com gravadores ligados para tomarem as
lições e absorverem a sapiência enquanto o Feijão proferia seu discurso.
E agora, o que será da Câmara sem o
João do Feijão? As sessões não serão mais as mesmas. Aquele ambiente outrora
tão cheio de vida agora ficará sombrio, pois perdeu sua principal estrela.
Pobre do Vereador Zacarias que assumirá sua vaga de vereador com a missão
impossível de substituir o João do Feijão! Definitivamente o seu João é
insubstituível. É incomparável!
Mas nem tudo é lamentação e tristeza.
Se por um lado a Câmara perde, por outro, ganha o prefeito Valmir e todo o
município de Parauapebas. João assume a secretaria mais importante do governo e
com sua experiência e dedicação o esporte dará uma guinada de 360 graus. Agora
nossa juventude está bem representada e poderá contar com a energia, a
vitalidade e a dedicação do João do Feijão. Como um desportista nato, seu João
revolucionará o esporte e o lazer de Parauapebas, tornando a secretaria uma
referência no Estado do Pará. Valmir está sorrindo a toa e a oposição está
desnorteada com tamanho golpe. Não contavam com a astúcia, a inteligência e o
poder de articulação do super-Valmir Furacão.
Em tempo: Papai Noel e o Coelhinho
da Páscoa mandam lembrança.
Postado por Luiz Vieira às terça-feira, março 31, 2015
Agentes do GAECO invadem residência do Odilon
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Para quem não acreditou, par quem
desdenhou, para quem achava que Parauapebas estava imune à justiça, eis aí. Eu
bem que falei, eu bem que avisei que mais cedo ou mais tarde isso iria
acontecer. Por enquanto, ainda não é o grande terremoto. Apenas um pequeno
abalo sísmico, mas que poderá se transformar num abalo de grandes proporções.
Essa é apenas a ponta do iceberg.
Hoje, 26 de maio, Parauapebas enfim
recebeu a tão esperada visita do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão
ao Crime Organizado). Mas calma! Tudo indica que ainda não é a ação contra o
prefeito e seu grupo. Por enquanto, estão apenas nas casas dos vereadores
Odilon, Luzinete e no Supermercado Baratão. O grupo também invadiu a Câmara
Municipal às 6 horas da manhã e arrombou portas dos gabinetes de vários
vereadores para uma devassa geral. Pelas evidências da operação do GAECO,
parece ser apenas o caso de propina na câmara que foi descoberto após um
desentendimento da Luzinete com o Odilon dentro do supermercado Baratão.
Essa operação deixou muita gente de
cabelos em pé, pois a polícia do GAECO está levando tudo: documentos, cofres,
computadores, e tudo que possa indicar alguma irregularidade. Se não houver a
mão pesada do governador Jatene para proteger os seus, muita gente vai cair. É
claro que o prefeito que deve estar sorrindo por não ser na sua casa, era o que
deveria estar mais preocupado. Inevitavelmente a polícia encontrará esqueletos
fedidos ligados diretamente ao chefe. E o pior: o GAECO encontrará até o que
não veio procurar.
Postado por Luiz Vieira às terça-feira, maio 26, 2015
OPERAÇÃO
FILISTEUS (OU OPERAÇÃO TERREMOTO)
Para quem não se lembra, postei uma matéria aqui no dia 1º de
março que trazia como título "ÁGUAS
DE MARÇO". Quem perdeu é só clicar aqui. Na matéria previ mudanças drásticas
na política de Parauapebas. No decorrer do período batizei o processo de
TERREMOTO, em alusão às mudanças que iria provocar em nossa cidade. Por isso,
prefiro chamar a "Operação
Filisteus"de "Operação
Terremoto".
Ontem, 26 de maio de 2015 os incrédulos acordaram estarrecidos
com a movimentação da polícia em nossa cidade. O Ministério Público em
conjunto com a Polícia Federal realizou aqui em Parauapebas a maior operação
contra a corrupção que já houve no Estado do Pará. Nem os mais otimistas
acreditavam que tal fato fosse acontecer por aqui, devido ao nosso histórico de
corrupção e impunidade. Mas aconteceu. Policiais do Grupo de Atuação Especial
no Combate ao Crime Organizado (GAECO) desembarcaram aqui na madrugada com
vários mandados de busca e apreensão contra diversos vereadores, prefeito,
secretária de habitação e empresários. Na câmara os seguintes vereadores
tiveram seus gabinetes arrombados: Josineto Feitosa (SDD), Arenes (PT), Devanir
Martins (SDD), e Odilon Rocha de Sansão (SDD). Os mesmos também tiveram suas
casas vasculhadas pelos "homens de preto". Na prefeitura o GAECO e a
Federal vasculharam o setor de licitação, a secretaria de habitação, a procuradoria
e o próprio gabinete do prefeito. A casa do prefeito Valmir Mariano (PSD)
também sofreu a operação, tendo o mesmo ficado detido durante toda a devassa.
Outra secretaria que sofreu uma devassa foi a SEMOB, onde foram apreendidos
documentos e computadores.
Além dos políticos, o Ministério Público também cumpriu mandato
de busca e apreensão na empresa de Hamilton Ribeiro e no Supermercado Baratão
do empresário Edmar Cavalcante. Segundo informações da promotoria, essa foi uma
operação para desmanchar uma quadrilha que atuava na prefeitura e na câmara e
que praticava todos os crimes como licitações fraudulentas, superfaturamento na
compra de lotes, notas fiscais frias, pagamento de propinas, desvio de recursos
público, entre outros.
Como resultado inicial, tivemos até agora três prisões: vereador
Arenes preso por posse ilegal de armas, vereador Odilon, preso por corrupção
ativa e posse de armas e o empresário Edimar (Boi de Ouro) por fraude em
contrato com a câmara. Fomos informados que os presos foram transferidos para
Belém, exceto o Odilon que passou mal.
Edmar Cavalcante (Boi de Ouro) seria boi de piranha?
Muitos comentam pela cidade que a prisão do empresário Edmar foi
apenas uma estratégia da polícia para pegar peixes mais graúdos. Ele é
conhecido e benquisto na cidade e até o presente momento não havia provas do
seu envolvimento em nenhum esquema. No entanto, o modus operandi que o poder
público impõe aos empresários, deixa-os numa situação complicada. Muitos se
submetem as regras do jogo para não caírem em desgraça, e acabam se envolvendo
indiretamente no esquema.
É claro que o Boi de Ouro não vai aceitar virar Boi de Piranha.
Deve provar que foi vítima desse esquema e assim, muita gente vai cair.
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