Num distante reino localizado
numa próspera região dos confins da terra, havia um misterioso pântano azul.
Ele ficou assim conhecido porque era envolvido por uma intensa e brilhante
luminosidade de tom azul claro, mas tão forte que cegava quem ousasse a olhar
diretamente para ele. Esse pântano era cercado de histórias e magias e ninguém
sabia o que era real ou o que era lenda. A própria luz que irradiava já era
bastante para reforçar o mistério que envolvia o lugar.
O pântano azul despertava nas
pessoas os instintos mais selvagens e primários que o ser humano já
experimentara. Havia um magnetismo que atraia o olhar e atenção de todos, e
mesmo sendo totalmente desconhecido e misterioso, a população daquele reino
vivia tentando entrar no local e desvendar seus mistérios. Corria o boato que
quem ousara entrar no pântano fora transformado numa espécie de andrógeno e
perdera todas as características humanas. As histórias que corriam de boca em
boca e se espalhavam como rastilho de pólvora atribuíam ao pântano todas as
deformidades do ser humano. Se alguém enlouquecia era porque havia mergulhado
no pântano; alguém começava a mentir ou perder a vergonha, com certeza esteve
no pântano azul; se o elemento era ladrão, atribuía ao pântano; Zezinho era
saudável e está sendo corroído por uma misteriosa doença depois de ter
mergulhado no pântano; Mariazinha era uma mulher direita, boa mãe, boa esposa,
religiosa fervorosa e agora anda roubando, mentindo e enganando as pessoas.
Culpa do pântano; fulano era feliz e agora está morrendo de depressão depois de
uma curta temporada no pântano.
Mesmo com todas as desgraças e
malefícios atribuídos ao pântano azul, inexplicavelmente todos queriam entrar
lá. Ninguém sabia explicar tal magnetismo e tamanho poder que aquela luz azul
tinha a ponto de atrair loucamente quem estava fora e manter preso quem
conseguia entrar. O fato é que os agraciados pelo grande mestre do pântano azul
se debilitavam moralmente e fisicamente em pouco tempo. Reclamavam, choravam,
se lastimavam por ter entrado ali, mas inexplicavelmente queriam permanecer e
quando chegava o período de sair do pântano, fazia todo tipo de sacrifício para
ali permanecer. Alguns vendiam a própria mãe e até a alma para o diabo para
permanecer por mais tempo no que eles próprio chamavam de “inferno azul”.
O que estava por trás de tanto
mistério? Que segredos eram guardados no pântano azul? Como penetrar naquele
local tão protegido, tão temido e tão cobiçado por tanta gente? O que de fato
existia por trás daquela misteriosa luz azulada tão forte que impedia os
curiosos de aproximar? Do que era composta aquela matéria tão bela, tão
preciosa e tão atraente? Que magnetismo era esse que atraia a atenção de todos,
mesmo com tantas deformidades que causava no ser humano? Esse é um segredo que
todos tentam desvendar e até o momento não foi possível, pois quem sai do
pântano azul, sai com o cérebro tão deformado que não diz coisa com coisa e nem
desperta a credibilidade em ninguém. Por enquanto, ainda estão tentando
preparar uma mente privilegiada e superior que seja capaz de mergulhar no
pântano, desvendar seus mistérios e sair incólume para contar a todos. Por enquanto
estão só tentando(...)
Continua na próxima terça, 16.
Vou esperar até lá para me certificar se alguns conhecidos daqui, vieram do tal pântano, ou se o pântano é aqui e eles ainda estão mergulhados.
ResponderExcluirLuiz, você tem um estilo literário fino, requintado e único. Consegue produzir um belo texto desse com humor, inteligência e sarcasmo. Como escritor você vai longe. Ouso a dizer que ultrapassa o Paulo Coelho. O Pântano Azul é uma bela metáfora que nos escancara a realidade do poder como um todo, independente da região. É uma espécie de "Mosca Azul". Que tal transformar em um livro? Ficaria bem interessante. Beijos!!! (Professora Maria José - Redenção).
ResponderExcluirIsto não é um pântano! É a mulher! Depois que comeu da maçã, virou rainha do pântano! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
ResponderExcluirAlípio
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ResponderExcluirbelo texto e no pantano do reino do rei louco da meretriz religiosa do bobo articulador do polegar gigante que ipnotizados pelo pantano nao sabiam que ele nao transforma ninguem so mostra oque realmente sao e devora suas almas e coraçoes podres
ResponderExcluirSabe Luiz, ao ler o seu texto me recordei do livro (romance): Ensaio sobre a Cegueira, do escritor português José Saramago, onde as pessoas a medida dos contatos iam se contaminando pela cegueira um do outro. Parabéns pela criatividade! Agora respondendo sobre o grande mistério do Pântano Azul não tenho dúvida de que este pântano esconde um tesouro de quase dois bilhões de reais o que deixa todos ipnotizados, cegos.
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