Ontem (29), o público presenciou mais um espetáculo circense, só que dessa vez com muito barulho e demonstração de desrespeito contra o cidadão. Depois do golpe que o Brás deu nos vereadores de oposição na semana passada (22), muitos esperavam que dessa vez, o tal pedido de afastamento do prefeito apresentado pelo Raimundo Pires dos Santos entraria na pauta e seria aprovado pela maioria absoluta. A expectativa era grande em torno desse tal afastamento. A oposição confiava plenamente nos quatro votos da bancada do PT após uma resolução do diretório que orientava-os a aprovar o afastamento. Dessa vez, parecia que o Valmir estaria perdido. Parecia!
O Valmir que não é bobo, aproveitou a preciosa semana que o Brás conseguiu na marra e tratou de reorganizar sua base rebelde. Chamou seus soldados e ajudantes de ordens e preparou o golpe: a representação do Raimundo Pires não poderia entrar na pauta, custasse o que custasse; a câmara teria que estar lotada de pessoas "voluntárias" (funcionários contratados, assessores, moradores de rua...) para abafar a oposição - veja detalhes aqui; seria preparado uma ameaça de gravação de vereadores da oposição que supostamente teriam comprado outros vereadores, para deixá-los intimidados e com medo; um panfleto apócrifo circularia atacando o principal vereador da oposição - Massud. Estava tudo armado para dar um banho de água fria na oposição e desiludir os que sonhavam com o afastamento do Valmir.
O golpe
Logo no início da sessão a oposição sentiu o golpe triplamente:
1- O Valmir conseguiu lotar a câmara com gente de todo tipo para pressionar e desmoralizar os vereadores de oposição;
2- O tal do Raimundo Pires, motivado por "forças ocultas" retirou a representação contra o Valmir pouco antes de iniciar a sessão;
3- Quatro vereadores fugiram da sessão: Miquinha (PT), Euzébio (PT), Bruno (PP) e Barrão (PSDC).
O Miquinha foi o único que apresentou justificativa. Solicitou uma licença médica justamente na sessão fatídica. Realmente ele teve motivo justo para não comparecer. É que seu médico - dr. Valmir Mariano - recomendou que fosse operado urgentemente do ombro. A cirurgia foi muito séria e levou três pontos. Por isso nosso vereador estava impossibilitado de comparecer à câmara. E vocês pensando besteira do Miquinha hem! Que feio!
Já os demais apenas escafederam sem dar explicações. Corria um boato que o Euzébio teria ido para a Bahia visitar seus empreendimentos financeiros. Ninguém sabe do paradeiro do rapaz, nem mesmo os funcionários do seu gabinete. Virou "bufa de alma"; já o Barrão teria ido cuidar de suas leitoas, enquanto o Bruno...não posso contar o motivo de sua ausência.
Uma verdade inconveniente: "Vereador não tem competência para afastar o prefeito" (Pavão)
Já falei aqui várias vezes que o Valmir está seguro com a sua oposição. O grupo tem demonstrado falta de preparo, falta de maturidade e, tem utilizado das mesmas armas do governo. Sem contar que alguns estão com os pés e as mãos amarrados por comprometimento com esquemas ilícitos. O vereador Pavão chegou a reclamar de que os blogs criticam a oposição sem mostrar sugestões. Eis-me aqui vereador! Se quiser ensinarei os caminhos das pedras e o passo-a-passo para afastar o prefeito. E darei a consultoria inteiramente grátis. Tá lançado o desafio.
Se você constrói castelo sobre areia, inevitavelmente ele vai ruir. É mais ou menos isso o que está acontecendo com grande parte da oposição. Nenhum vereador tem o direito de adotar um discurso derrotista e posar de vítima como temos visto nas últimas sessões. Ontem por exemplo, o Pavão - que vinha sendo o principal articulador da oposição - demonstrou claramente o espírito derrotista. Pavão sentiu o golpe e praticamente jogou a toalha, entregou os pontos. As frases que mais ouvimos de outros vereadores é "estou triste", "infelizmente não podemos fazer nada", "estou decepcionada..." As sessões foram transformadas em sessões de lamentações e murmúrios inertes e improdutivos. A impressão que passa é que os vereadores não conhecem o seu verdadeiro poder. Repito: bastaria um único vereador para usar de instrumentos legais e botar o Valmir de joelhos. Exemplo: vão engolir o golpe arbitrário e ilegal do Brás? Vão deixar passar em branco a manobra da convocação do prefeito e de sua filha Flávia?
A Irmã Teca que chegou agora está mais perdida do que cachorro em passeata estudantil. Ainda não sabe se é oposição ou governo. Só para sacaneá-la, o vereador suplente Zacarias cometeu uma indelicadeza ao tornar público uma confidência da vereadora. Segundo ele, a Teca teria declarado amor incondicional ao prefeito Valmir Mariano. No seu discurso, a Irmã Teca falou que não adianta vereador tentar nada, que tudo virá de Deus. "Entrego nas mãos de Deus e vou fazer meu papel de vereadora". Como assim vereadora? Qual é mesmo o seu papel? Quer dizer que agora o vereador não vai mais fazer nada e jogar tudo para Deus? E onde está aquele princípio bíblico que diz, "faça a sua parte que Eu te ajudarei."? Já estão comentando que a Irmã Teca é a nova Irmã Luzinete da câmara.
Parauapebas está sendo governada pela justiça
Nas explicações finais a vereadora Joelma foi bastante aplaudida até mesmo pelos que foram para a câmara exclusivamente para vaiar a oposição. Sua fala foi um soco no estômago dos governistas e um choque de realidade para aquele povo inocente que servia como massa de manobra. Falou que a prefeitura está sendo governada pela justiça, pois até para fazer uma licitação, é preciso a intervenção do Ministério Público. "Enquanto existe a competência para aliciar pessoas e encher a câmara, não existe competência para comprar remédio para o hospital; não existe competência para pagar o fornecedor com regularidade; não existe competência para sequer manter o convênio da polícia fornecendo viaturas... Que bom que vocês estão aqui. Agora pensem gente, pensem se é melhor esse agrado que vocês receberam hoje, ou o remédio no hospital, a merenda na escola, a água tratada, o guarda vigiando vocês... Parabéns pra vocês. Obrigada gente".
E assim terminou mais um espetáculo nesse circo dos horrores, ou uma sessão do Grande Conselho do Pântano Azul como refiro no meu livro "O escorpião e a borboleta". Ficou mais do que claro que se o Valmir for afastado, será pela justiça. Jamais pelos vereadores. Esses, realmente não tem competência e nem autoridade como bem disse o Pavão.