Depois de uma pequena temporada na Europa o Blogger está de volta com carga total. Apesar de ser uma viagem de férias onde deveria me concentrar exclusivamente nas belezas do Velho Continente, não consegui me desligar da realidade política de Parauapebas. Acompanhei de perto por exemplo (graças aos meus correspondentes direto do ninho no Morro dos Ventos), a mais uma tentativa do governo Valmir de levar o PT para dentro do seu governo.
Tentativa de vender o PT para Valmir é frustrada mais uma vez
Por pouco eu não chego em Parauapebas e encontro uma realidade medonha e caótica. Mais uma vez o ex-petista e atual lacaio do Valmir tentou colocar o PT na vala comum da política e assim jogar uma pá de cal (ou seria um pá?) na sua história em Parauapebas. Dessa vez a negociação avançou bastante e por pouco não se concretiza.
Felizmente os bravos guerreiros petistas não se deixaram seduzir por promessas de cargos e secretarias e resistiram bravamente. Para felicidade de uns e desespero de outros o noivado foi mais uma vez rompido (ou adiado). Felicidade para os verdadeiros petistas que não se sucumbem a negociações espúrias e conchavos secretos; desespero para quem acha que não consegue mais viver na oposição depois de ter passado oito anos no poder ou se beneficiando de alguma forma dele.
A negociação entre outras coisas, estava condicionada ao apoio incondicional a candidatura do Gesmar e a desistência da candidatura da vereadora Eliene Soares a Deputada Estadual. Se concretizada essa seria a negociação mais desastrosa e danosa para Parauapebas e para o Partido dos Trabalhadores. Enterraria de vez sua pretensão de voltar ao governo de Parauapebas.
As vezes o poder cega
Sabe o que é um professor passar um mês inteiro ensinando a uma criança uma simples operação de adição como 2+2 e no final o aluno ainda dar a resposta errada? É tão óbvio que o professor não compreende como o seu aluno não possa aprender uma coisa tão simples assim. Estupidez mesmo! Acontece que esse aluno passou por um grande trauma e não consegue enxergar o óbvio.
É mais ou menos isso o que está acontecendo. As pessoas com algum senso e um mínimo de compreensão se perguntam como é que alguém ligado ao PT ainda cogite a mínima possibilidade de aliança com Valmir diante da atual conjuntura! E antes que me chamem de radical, coloco um ponto de vista que já abordei outras vezes: em política as alianças são possíveis e salutares num regime democrático. O PT não é melhor do que os que comandam atualmente a prefeitura e nem Valmir é pior ou melhor do que a turma do PT. Apenas possuem pontos de vistas diferentes e usam metodologias e ideologias diferenciadas para administrar. Assim, uma aliança política em prol do município seria perfeitamente compreensível. Porém, essa aliança teria que ser pautada na ética, na transparência e nos propósitos mais elevados.
E por que essa aliança da forma como vem sendo construída não pode dar certo? Simplesmente porque está alicerçada na traição, no tirar proveito, na infidelidade e no baixo espírito de civilização. Está claro e tão cristalino que não entendo como alguém ainda é incapaz de ver.
Uma aliança política teria que ser debatida amplarmente, teria que se colocar todos os termos na mesa. O PT precisaria estar convencido de que o projeto do Valmir é de fato o melhor para a sociedade e disposto a abraçar esse projeto com todas as forças. Teria que estar disposto a se comprometer com a reeleição do Valmir. Agora eu pergunto: é isso o que está acontecendo? Como o PT pode embarcar numa aventura dessa se nem o secretariado do Valmir, nem os vereadores de sua base confiam nele? Como é que alguém pode confiar num governo tão instável e construído a base de intrigas? Qual seria o papel do PT diante de tantas denúncias de corrupção e de nepotismo?
Se alguém tiver uma ideia diferente por favor mande sugestão pela caixa de comentários.