Será Pizza?
Não quero ser pessimista, mas
pela minha pequena experiência estou vendo uma grande “forneria” sendo
preparada. Pelo andar da carruagem, teremos pizza no final e o governo
continuará serelepe e ainda dará a volta por cima. Vejamos alguns elementos que
fundamentam meu pensamento:
I-
Grupo de oposição sem motivação
O que une uma equipe? Pode ser um
interesse comum, uma ideologia, uma filosofia ou um ponto de vista convergente.
Seja lá o que for, tem que haver convicção para que essa união não seja efêmera
e destrutiva. Não é o que percebo no G-5 (Grupo dos cinco vereadores de
oposição - Charles, Pavão, Eliene, Arenes e Bruno). A única coisa que une esse
grupo hoje é o interesse em derrubar o prefeito Valmir. Isso por si só já seria
um forte motivo capaz de provocar uma revolução em Parauapebas. Seria, se esse
interesse fosse baseado em convicções
firmes e pautado numa ideologia. Por exemplo: queremos derrubar o prefeito,
pois ele não representa os interesses sociais de Parauapebas e temos uma
alternativa viável para substitui-lo. Esse é o caso dos 5 vereadores? Tenho
dúvidas quanto a isso. Espero sinceramente que eles mostrem ao povo que
realmente estão imbuídos dos mais nobres interesses, mas até agora seus atos e
ações mostraram o contrário, ou pelo menos estão deixando dúvidas. Nos debates
durante a última sessão os vereadores Braz e Luzinete fizeram fortes acusações
ao G-5 e eles não responderam. Resumindo, eles foram acusados de estarem
revoltados com o prefeito por terem seus interesses pessoais contrariados. Não
acredito nesse argumento governista, mas até que eles não respondam de forma
convincente, essa passa ser a VERDADE.
Outra coisa é a convicção. Até
agora esse grupo não demonstrou claramente que quer realmente lutar contra a
corrupção. Até agora não demonstrou coragem concreta de romper publicamente
contra esse sistema podre e contra o modelo de legislar da Câmara. Não tiveram
sequer a coragem de assinar uma carta que expõe os vícios da Câmara e os
elementos de corrupção do prefeito. Ou seja, ainda não estão convictos do que
querem.
II- Grupo Desarticulado
Como disse o vereador Arenes em
uma sessão, “se um único vereador fizer bem o seu papel colocará o prefeito de
joelhos”. Concordo plenamente. Agora imaginem cinco vereadores fazendo bem o
seu papel? Seria ou não seria uma revolução?
Por mais boa vontade que esse
grupo tenha, está faltando o essencial: articulação política e organização.
Tenho a impressão de que os cinco não agem como equipe e não confiam uns nos
outros. Suas ações são desconexas e atabalhoadas. As ideias não estão batendo e
as ações não estão surtindo efeito.
No dia 29 de setembro tentaram
mobilizar um ato de protesto na Câmara Municipal e conseguiram juntar uns gatos
pingados que entre assessores e parentes não chegava a 70 pessoas. Lembro que
como liderança de um pequeno sindicato na época (SINTEPP) já consegui juntar
mais de cinco mil pessoas e marchar pelas ruas de Parauapebas e ocupar a
prefeitura por várias vezes. E por que o G-5 com o poder que tem não conseguem?
Porque são desarticulados, porque não estão convictos do que querem, porque não
tem intimidade com o povo e com as entidades classistas, porque estão pensando
com mente elitista, porque não tem cheiro de povo e não conhecem seus anseios,
porque não tem a prática de mobilizadores sociais.
Juntar povo em torno de um ideal
não é tarefa fácil. Me atrevo a dizer que no G-5 só um vereador tem essa
prática, porém não está utilizando. Organizar uma manifestação não é só
espalhar convite pela cidade e chamar a população pela imprensa. Tem que fazer
o povo acreditar em você e em sua causa; tem que ir até onde o povo está e
argumentar com a verdade; tem que chamar as instituições e entidades para
ajudar a construir o evento; o povo tem que sentir parte do evento, tem que se
sentir dono. É aquela velha história de fazer com o povo e para o povo. Caso
contrário ele não comparece, se recusa a ser massa de manobra a não ser que
seja pago para isso como já vimos várias vezes na Câmara. Ninguém comparece a
uma manifestação se não sentir que a causa é dele.
III- Inexperiência – excesso de CPI’s
Parece atrevimento e presunção
minha chamar um grupo de cinco vereadores de inexperientes. Mas a prática está
demonstrando isso. Analisem comigo: como é que um grupo que é minoria na Câmara
vai propor a instalação de três CPI’s ao mesmo tempo se não conseguem
acompanhar nem uma direito? Quando questionei sobre o fato de estarem propondo
CPI para ser feita pela base governista um vereador argumentou que os
vereadores do Valmir não teriam coragem de fazer um relatório da CPI da
educação que fosse contraditório com o relatório da Polícia Federal. Santa
ingenuidade! Primeiro que ninguém conhece ainda o relatório da PF. Segundo
porque a base governista está se lixando para Polícia Federal, para Ministério
Público ou para o Papa. Confiam na impunidade e pronto! Qualquer CPI comandada
pela base governista virará pizza e ainda colocará o prefeito como vítima. De
quebra os vereadores governistas se fortalecerão junto ao chefe por mais um
servicinho prestado. Só sendo cego e doido para não enxergar isso.
A única alternativa sensata e
eficiente seria o G-5 apostar na CPI da saúde. Aí sim. Fariam de forma
organizada, eficiente e rápida. Criariam um cronograma e iriam informando
passo a passo para a população e concluiriam o mais rápido possível (no máximo
em 3 meses). Depois abririam a da educação, depois a do lixo, e assim
sucessivamente.
Vale aquela velha máxima: não
comece o que não dá conta de fazer. Recomento aos nobres vereadores a leitura
de dois livros: “O Príncipe” de Maquiavel e “A Arte da Guerra de Sun Tzu. Boa sorte a vocês e, principalmente ao povo de Parauapebas.