Pesquisar este blog

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O sagrado direito a crítica

Já abordei sobre esse tema aqui outro dia, mas sempre é um assunto recorrente. Quem já esteve no poder tem direito de criticar o atual gestor? É importante lembrar dos erros e acertos do passado ou só o presente importa? Escuto esse questionamento o tempo todo. Vez por outra alguém usa esse argumento para rebater alguma crítica que faço.

 Outro dia postei no face uma foto de cavalos pastando no canteiro central ao longo da PA e nem fiz nenhuma crítica. Um amigo me mandou e eu postei com uma observação em tom de brincadeira. Uma senhora ficou brava e reagiu como se eu tivesse dado um soco nas partes baixas do prefeito. Argumentou que quando eu era Secretário de Meio Ambiente essa situação já existia. Sim, existia mesmo. Isso quer dizer que tem que continuar acontecendo? Isso quer dizer que não podemos sonhar e lutar pela construção de um centro de zoonose? Os erros ou as omissões do passado servem como justificativa para paralisar nossa cidade? Na minha modesta opinião não. E a leitora indignada me perguntaria: e por que você não fez quando era secretário? Eu responderia: não fiz porque não era o prefeito; não fiz porque não consegui convencer o governo que isso era prioridade; não fiz um monte de coisa, pois ninguém consegue fazer tudo. E nem por isso deixo de ser cidadão, nem por isso perco o direito de falar, de cobrar. Só procuro ser discreto em minhas críticas por questões éticas. Penso que não é uma atitude inteligente reagir a uma crítica com esse argumento do tipo: "você já foi secretário..." Pessoas inteligentes argumentam, debatem, usam idéias e não desqualificam as críticas.

Quando fui Secretário de Meio Ambiente de 2005 a 2008 (criei a secretaria) deixei várias contribuições importantes para Parauapebas. Combati com rigor a poluição sonora, as ocupações clandestinas de reservas ambientais, os aterros e supressões de Áreas de Preservação, os matadouros clandestinos, entre outras medidas. Quem não se lembra como era para conseguir uma autorização para ir à Carajás? Três ex prefeitos prometeram abrir a portaria e só ficou na promessa. Pessoalmente tomei para mim a responsabilidade e fiz. Mesmo contra a vontade da poderosa Vale, implantei a autorização simplificada de acesso à FLONA (Floresta Nacional de Carajás) e a Carajás. Antes era mais fácil conseguir um visto para os Estados Unidos do que conseguir um acesso a Carajás. Hoje qualquer cidadão tem acesso através da prefeitura. Alguém se lembra disso?

 Durante minha gestão fortaleci o Conselho Municipal de Meio Ambiente e estimulei a participação da sociedade organizada. Trabalhei em parceria com o IBAMA, o Instituto Chico Mendes e o Ministério Público. Sempre estimulei as críticas dos cidadãos como forma de avaliação constante e controle. É claro que não fiz tudo, mas como outros secretários fiz o melhor dentro das minhas limitações apesar dos entraves políticos.

Nunca havia abordado essa questão. Faço agora não para fazer auto propaganda, mas para mostrar que estou credenciado para cobrar das autoridades, para criticar o que está errado, para sonhar com uma cidade mais organizada. Qualquer cidadão, independente de ter passado ou não pelo poder tem esse direito.

Outro argumento que acho infantil é o de que temos que esquecer o passado. O presente é importante sim, mas foi construído com os erros e acertos do passado. Não podemos ficar apegados ao passado, usando para lamentações e lamúrias. Mas o passado serve para balizar nossas ações no presente. São as análises dos erros do passado que poderemos acertar no presente. Passado não é só para museu mas é para quem faz história, para quem vislumbra o futuro.

De qualquer maneira procuro ser moderado em minhas críticas. Conheço muito bem o que é ser pedra e o que é ser vidraça. Aceito qualquer crítica e uso para meu fortalecimento e amadurecimento. Gosto de debater idéias e não futilidades. Debato a vida pública e não a pessoal. Sei que somos humanos e passivos de erros, por isso procuro ser tolerante e sempre me pergunto de que forma faria se fosse o caso.




5 comentários:

  1. Luiz, depois que você saiu a secretaria desandou. Nunca mais apareceu por aqui um secretario de moral. A cidade foi entregue aos malfeitores e infratores. No seu tempo tinha ação, hoje ficamos aos caprichos de uma vereadora e de dois membros do PV. Bagunça geral. (Servidora publica) Desculpe mas não posso me identificar.

    ResponderExcluir
  2. E como se não bastasse, o prefeito dá de presente para o governador, o melhor hospital já construido no Pará. Não é brincadeira?

    ResponderExcluir
  3. O governo valmir ta mostrando sua cara(trabalho)

    ResponderExcluir
  4. Bem colocado. Vejo muitos vereadores pedindo para esquecer o passado com razao. Pois as ações deles tem que ser esquecidas e enterradas. Viva a liberdade.

    ResponderExcluir
  5. e hoje voce já pode subir a carajás sem nenhum tipo de permissão é só pegar a autorização na portaria,antes tinha que alguém que morava lá autorizar,e alias o prefeito não cansa de dizer que este ó o governo de mudanças?então porque as coisas seguem como antes e certas coisas estão pior como a saúde? O postinho do bairro rio verde faz meses que esta fechado mandando o povo pro bairro da paz ou ate mesmo pro posto do cidade jardim,que raio de mudança é esta que faz é dificultar a vida do cidadão?

    ResponderExcluir