Oh Baby...
Três (03.09) de setembro de 2013. Terça-feira, manhã de sol, clima ameno. Um dia comum de trabalho para todos os mortais em qualquer canto do mundo. Sim, um dia normal; não para os que conheceram e principalmente conviveram com Tone Reis (Antônio Reis Vieira).
Hoje seria um dia de festa se, há exatos dezenove anos - numa
tarde de domingo de 1994, em plena copa do mundo, quando o Brasil se tornaria
tetracampeão -, não tivesse ocorrido um acidente. A princípio parecia uma coisa
pequena, nada que não se resolveria com uma intervenção cirúrgica, o que
ocorreu, mas não deu certo – Tone Reis foi embora, numa viagem para outra
dimensão. Lembro-me de suas últimas palavras para mim; mandou me chamar, estava
em uma maca, esperando para ser atendido e me disse: “nunca entro num hospital, quando
venho é assim, arrebentado”. Não sabendo como reagir eu disse apenas: ”calma,
você vai sair dessa”. Sair saiu, mas não foi como esperávamos; e como
todos temos o nosso momento, aquele foi o seu.
Hoje Tone Reis estaria completando cinqüenta e quatro anos
(5.4). E não importa que seja numa terça-feira, o certo é que haveria festa,
porque aniversário é para ser comemorado. Mas como tantos, ele também se foi “cedo
demais”. Pela sua ausência física não temos o que comemorar, mas também
não temos do que nos entristecer, porque a sua vida foi um legado de
felicidade. Perto dele não havia tristeza; crianças, jovens, adultos, velhos
todos gostavam das suas brincadeiras e se divertiam; por isso a cidade
(Jacundá) parou para homenagear a sua “passagem”.
Foi um poeta que, no seu único poema, profetizou a sua
ida e também a sua permanência “... Se alguém perguntar por mim, diga que eu não
fui, que eu estou presente”. Das músicas que tocávamos e cantávamos
juntos, a que ele mais gostava era Cachorro Urubu, do Raul Seixas, que diz: ”Baby
isto só vai dar certo, se você ficar perto...” e finaliza: “Oh
Baby, a gente ainda nem começou!!!”
Em
maio de 1998, num momento de solidão, sem ter no que pensar, escrevi um poema e
só mais tarde descobri que estava homenageando o meu irmão. Quero compartilhar
esta singela homenagem, porque, como disse o poeta, “o tempo não para” e por
aqui a vida continua. Salve Tone Reis!!!
PELO QUE VALE VIVER
Quando um
dia amanheci, não acreditei; pensei que você estivesse aqui. Grande ilusão... a
gente já vivia em outra dimensão.
O SOL,
A LUA,
AS ESTRELAS...
Onde estão
todos? Será que vale a pena perguntar?
UM DIA,
UMA NOITE,
UMA
VIDA...
Pois é.
A gente se encontra. A gente sempre se encontra.
No dia em que eu morrer, isto ficará... Sempre!
Quando te vi, eu fiquei feliz.
Zelão – 21.05.1998
Para Tone Reis (in memória)
Queria ter conhecido esse caboclo. Deveria ser muito louco
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