Luiz Vieira
Desde a entrada, a comunidade já percebe que ali é um ambiente diferenciado. No portão, o agente de portaria recebe a todos com simpatia e cortesia. Sabe das principais informações sobre a escola e encaminha o visitante para o setor de acordo com o que veio tratar. Todos os funcionários (do porteiro ao diretor) estão preparados para receber a todos com toda a deferência, fazendo que todos se sintam especiais na comunidade escolar.
Porém, esse ambiente, nem sempre foi assim. Antes, era uma escola com aspectos de abandono. O mato tomava conta da área externa. Não havia árvores e o interior estava sempre sujo. As paredes sempre estavam pichadas devido a ação dos vândalos. A quadra de esportes ficava sem uso e quando era utilizada, era por meninos que pulavam o muro nos finais de semana para jogar bola, deixando um rastro de destruição e sujeira.
Esse cenário mudou quando o professor João assumiu a direção e imprimiu naquele lugar suas características, seus sonhos e seus propósitos de vida. Sua primeira ação foi se aproximar da comunidade e abrir as portas da escola. Com método e paciência, foi fazendo a mesma entender que a escola é um patrimônio de todos, e assim, deve ser abraçada, defendida e cuidada.
E o mais importante, segundo o diretor João é que agora, a própria comunidade era quem cobrava das autoridades as melhorias para a escola. “E quando a comunidade cobra, os resultados vêm mais rápido – destacou o diretor com um sorriso. Aquela pequena escola passou a ser a referência da comunidade. Antes, fechada e alheia ao povo, agora estava sempre de portas abertas, inclusive nos finais de semana, onde era usada para todos os fins como atividades desportivas, reuniões da associação de moradores, festa da comunidade, cultos, entre outras.
Tudo naquele ambiente fugia aos padrões do que estávamos acostumados a ver. Uma escola limpa, paredes e chão bem cuidados, jardim florido e área verde com boa manutenção... Logo na entrada, notava-se que ali tinha uma equipe bem administrada e motivada.
Na visita que fiz à escola, no portão, fui recebido por um senhor gentil que me cumprimentou de forma simpática, se apresentou como o vigia Antônio e perguntou o meu nome. Me apresentei e disse que precisava falar com o diretor. Ele, gentilmente, me acompanhou até a direção. – “Diretor, tem um senhor aqui querendo falar com o senhor” – disse gentilmente.
A sala do diretor estava impecável. Uma mesa de escritório bem organizada, quatro cadeiras, um sofá no canto sobre um carpete preto e uma estante com alguns livros. Na mesa havia um vaso com flores aparentemente colhidas do jardim da escola e na parede havia um banner com a filosofia e metas da escola. Enquanto conversava, meus olhos críticos passeavam pela sala em busca de algum detalhe que apresentasse desordem. Nada. Absolutamente nada. Tudo ali estava incrivelmente bem organizado.
O diretor me falava da escola com brilho nos olhos. Primeiro me falou do que já havia conquistado junto com a comunidade, elogiou sua equipe, os alunos, professores... “Batalhamos bastante para que essa escola chegasse a esse nível. No início, nem muro tinha. Faltava desde vigia, merendeiras e até alguns professores.” – falou cerimoniosamente. Depois, apresentou as dificuldades e o que a escola precisava com urgência. “Nossa maior dificuldade atualmente é referente a recursos humanos. Estou cobrando com insistência que a SEDUC me mande mais duas merendeiras, pelo menos mais duas ASG´s (Agente de Serviços gerais) e os técnicos para os laboratórios e biblioteca. Por enquanto, vamos nos virando por aqui com a ajuda voluntária da comunidade.” – falava com serenidade, sempre olhando nos meus olhos.
No final da conversa, fui visitar o restante do espaço. Salas de aula bem decoradas, banheiros limpos e, alunos estudando e aprendendo na maior animação. Tive a impressão de que ali trabalhava um gestor com conhecimento de gestão, apaixonado pela educação e comprometido com os resultados da escola. Enfim, um gestor líder.
Ótima reflexão 👏👏 Parabéns!
ResponderExcluirÓtimo, é a escola dos sonhos de toda comunidade e de todos os colaboradores. Por mais pessoas assim como o diretor João.
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