Um cenário magnífico!
Todo ano entre julho e setembro, somos presenteados por essa magnífica obra da natureza que são as floradas dos ipês. Antes, só acontecia de setembro para outubro. Agora, com as mudanças climáticas, devido o grande aquecimento, nossos ipês antecipam o belo espetáculo, transformando algumas ruas e, principalmente a PA-275 entre a portaria e o quartel, num corredor encantado pintado com vários tons de rosa. Se fixarmos os olhos e deixar nosso pensamento fluir, dá até para sentir em pleno século XIX, passeando entre belas paisagens que inspiraram o artista plástico Vincent Van Gogh.
Esse belo corredor foi idealizado e construído pelo primeiro prefeito de Parauapebas, Dr. Faisal Salmen. Aliás, diga-se de passagem, que até aqui, foi o único prefeito que pensou e fez algo prático pela arquitetura paisagística de Parauapebas. De lá pra cá, Parauapebas vem se tornando a cidade do concreto e caminhando na contramão do desenvolvimento sustentável. Talvez, aqui seja o único lugar do Brasil onde se retira grama dos canteiros e coloca concreto com a desculpa de que é mais fácil manter limpo, e as praças são construídas apenas para quem tem hábitos noturnos. Concreto, concreto, concreto... e no meio do concreto umas palmeirinhas do Sul que não se adaptam a nossa região.
No início da década de 90, o então prefeito Faisal (in memoriam), projetou pessoalmente o corredor rosa e teve a grande sacada de convidar alunos de escolas públicas e da única escola privada - Caminho Maravilhoso - para participarem dessa nobre empreitada que foi plantar os ipês que hoje nos oferecem esse belo espetáculo. Digo grande sacada porque, ao fazer isso, ele criou vínculos, pertencimento e boa memória. Estudantes da época como Andercley (Samuray) e a ex-vereadora Joelma Leite lembram com orgulho de terem participado dessa tarefa. "Apesar de fazer muito tempo, ainda guardo na lembrança esse dia especial. Junta com alguns colegas de aula plantamos aquelas mudas com entusiasmo e a consciência de que estávamos fazendo algo de grande importância. Hoje, sinto orgulho quando vejo os ipês floridos e saber que tem um pouco da minha história eternizada ali", ressalta Joelma Leite.
O descaso está causando a morte
sorte e, estão morrendo. Em pouco tempo, essa beleza ficará só na nossa memória ou nas fotografias. Digo isso, não para fazer alarde, mas para alertar as autoridades e aos populares que admiram esse espetáculo da natureza. Quando você for tirar a próxima foto, preste atenção nos ipês que estão sufocados com ervas de passarinho, tomados por cupinzeiros, com galhos apodrecidos por ocorrência de pragas, etc. Muitos já morreram, foram retirados e o pior: não foram substituídos.
E para completar, a população dos arredores, principalmente os donos de bares que gostam de sombra, tem substituído os ipês por outras espécies como pau preto e mangueira. A ideia é nobre, mas, por falta de planejamento do governo e da secretaria competente, isso está descaracterizando o corredor dos ipês e escondendo o desastre ecológico.
Mesmo sendo usado pelo governo como um cartão postal, nunca houve um plano de manejo e conservação. Até as podas tão necessárias, só acontecem quando a ventania derruba algum galho e a equipe termina de cortar para limpar a área.
Que tal na próxima foto que você postar na sua rede social, colocar a #salvenossosipês? Apoie essa causa e ajude a salvar esse patrimônio.
Proponho aos nobre vereadores que acharem interessante essa causa, que criem um Projeto de Lei que transforme o corredor dos Ipês em um patrimônio natural de Parauapebas. Com isso, obriga o município a ter um plano de manejo e conservação e, quem sabe, até ampliação desse corredor ecológico. Eu terei o maior orgulho em mobilizar meus alunos para participarem do plantio das próximas mudas que forem plantadas dentro desse projeto.
Nossa, já imaginou voltar 20 anos no tempo e você Luiz Vieira contar pra você mesmo que você está elogiando o Faisal. Como diz o Lula a divergencia entre o PT e o PSDB era sádia.
ResponderExcluirNão se esqueça que foi na sua gestão como secretário de meio ambiente da prefeitura que boa parte dos pés de ipê foram derrubados pra dar origem a estacionamento
ResponderExcluirOlá car@ leitor, obrigado pelo seu comentário. Cumpre-me informar que você está equivocado. A prefeitura tinha sim a intenção de derrubar a maioria dos ipês e outras espécies ao longo da PA para construção de estacionamento na obra de revitalização da mesma. Acontece que naquela época tinha um secretário que fazia cumprir a lei ambiental mesmo quando era contra a própria prefeitura. A SEMOB chegou a derrubar uma árvore (que não era ipê, e sim uma palmeira). Imediatamente eu intervi e notifiquei a mesma. Houve um mal estar entre eu e o governo mas não abri mão da missão. Assim, salvei os ipês e as vagas de estacionamento foram construídas sem precisar derrubar uma única árvore viva. E esse não foi o único episódio onde tive que enquadrar a prefeitura, inclusive com multa a secretarias da gestão. Mas aí é outra história.
ExcluirInfelizmente, o poder público tem destruído sistematicamente nossa fauna e flora e nenhum cidadão, muito menos órgãos de imprensa reclamam. Um exemplo claro foi a maior supressão vegetal às margens do Igarapé Ilha do Coco e em outras áreas para as obras do PROSAP. Era necessário suprimir aquela riqueza vegetal para dar lugar a calçadões de concreto? Será que ao invés de destruir centenas de árvores, não ficaria mais bonito e mais confortável fazer a obra integrada á natureza?
Pense nisso!
Verdade professor Luís. Eu fazia parte do Conselho de meio ambiente e testemunhei o quanto você era sério e eficiente no combate aos crimes ambientais, principalmente da prefeitura. Agora virou uma esculhambação total
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