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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

TRANSPORTE PÚBLICO EM PARAUAPEBAS

DURA LEX SEDI LEX

                                                                    Por José O. Zelão Vieira Reis.
 
Esta é uma expressão em latim que quer dizer: a lei é dura, mas é a lei. Trocando em miúdos quer dizer que a lei existe e deve ser cumprida. A pergunta é: quem deve cumprir a lei? Ou, a lei é para todos ou só para alguns? Ou ainda, por que a lei é dura com alguns e branda com outros? Está tudo errado!

Certamente você já ouviu dizer ou até mesmo já disse que Parauapebas é uma cidade sem lei. É o que parece. Lei existe, mas nem sempre é cumprida; principalmente quando se trata de prestação de serviços à população menos favorecida, a que mais necessita dos serviços.

Outro dia, estava num birro não muito distante do centro da cidade; mas como o sol estava a pino, resolvi tomar uma van (o nosso transporte coletivo urbano). Como era no início da linha, até que estava vazia, tive a sorte de tomar assento. Ao longo do percurso, paradas e mais paradas. Entra um, dois, cinco, chega pra lá, aperta mais, mais uns; o calor aumenta, suadeira total. Gente reclamando... pra quê? O cobrador teve a ousadia de pedir para uma passageira sentar no colo de um passageiro para empurrar mais dois no banco da frente. Pode? Que sacanagem! O passageiro, mais por rebeldia do que propriamente por cidadania, esbravejou e não aceitou. Ta certo – coisa de jovem. Detalhe: o cobrador em questão era o dono da van, portanto, quanto mais gente, melhor. Imagine, R$ 1,80 (um real e oitenta centavos) por nada mais que vinte minutos de puro calor e apertamento – e nenhum conforto. O que justifica este valor abusivo? No mínimo todas as vans deveriam ser bem conservadas, ter ar condicionado e circular com um mínimo de passageiros em pé. Quem deveria garantir este direito? Aí é que está. O transporte público é uma concessão do poder executivo e regulamentado por lei. Mas em Parauapebas, a cidade que tudo pode, quem dá as cartas são as cooperativas e os donos das vans. Isto porque o prefeito fecha os olhos e os vereadores batem palmas para ele. Não está passando da hora de a população que depende do transporte coletivo tomar uma atitude e fazer valer os seus direitos? A lei existe, mas precisa ser cumprida. O que vi naquela tarde foram trabalhadores indo para os seus trabalhos, estudantes indo para as escolas e eu sentindo na pele o que aquelas pessoas sentem todos os dias duas, três, até quatro vezes – e um cobrador debochado e impunemente gozando da nossa cara. A lei existe, mas respeito é bom e nós agradecemos.


José O. Zelão Vieira Reis.

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