Em março de 2015 escrevi uma matéria intitulada "Águas de março". Fiz também alusão a um terremoto que abalaria as estruturas políticas de Parauapebas. Naquele tempo, muitos não entenderam que um terremoto não se apresenta de uma vez. Antes de tremer a superfície, ele começa a agir com muita antecedência, e, somente depois de algum tempo, sentimos seu impacto. Em março de 2015 um grupo de oito vereadores que se intitularam G-8 (liderados por Pavão e Bruno Soares) fizeram um ensaio do tal terremoto. Apresentaram aos órgãos de fiscalização (Ministério Público, Polícia Federal, Tribunal de Contas) diversas denúncias contra o prefeito Valmir.
Passou março de 2015 e os leitores apressados perguntavam: "cadê o terremoto Luiz Vieira?" Eu respondia: "Calma! Está por vir". Somente no dia 26 de maio de 2015 ele eclodiu e fez tremer o chão de Parauapebas. O GAECO baixou em Parauapebas e fez um pente fino nas casas de vereadores, secretários, empresários, prédio da Câmara, Prefeitura e até na casa do próprio prefeito. De lá pra cá aconteceram sucessivas prisões, afastamento de vereadores e revelações bombásticas. Coube a mim aquela parte chata de dizer: "Eu não disse?!"
Agora, em primeiro de março de 2016 publiquei aqui outra matéria, dessa vez com o título "Águas de março - versão II. Dessa vez, alertei para novos acontecimentos que balançariam mais uma vez as estruturas políticas de Parauapebas. Esses acontecimentos seriam o desfecho da "Operação Filisteu" de maio de 2015". Muitos cidadãos de Parauapebas começam a achar que isso não vai dar em nada, que tudo está dominado, que todos são corruptos, que o Valmir e sua turma está acima da lei e tem um forte sistema de blindagem. Será?
A justiça tarda, mas as vezes não falha
Como blogueiro, como um observador da conjuntura, insisto que o efeito das águas de março, versão 2016 já começou. O tal do terremoto já está sendo formado e a qualquer momento fará tremer novamente nosso solo. As prisões de policiais ocorridas em fevereiro, a troca dos delegados e do comando do quartel do 23º Batalhão de Parauapebas não foram fatos isolados.
O procurador Nelson Medrado não seria tão irresponsável para falar em público numa entrevista que o que foi encontrado na Câmara de vereadores era brincadeira de criança em comparação ao que encontrou na prefeitura, e deixar pra lá. Deixar a Operação Filisteu sem uma resposta concreta seria dizer explicitamente para a sociedade que aqui no Pará o crime compensa, que a corrupção manda e que o dinheiro abafa tudo.
Portanto, acredito que as águas de março já abasteceram o leito subterrâneo do terremoto. No dia 26 de maio próximo a Operação Filisteus completará um ano. Prazo mais que suficiente para o GAECO baixar aqui novamente e, dessa vez, levar os peixes graúdos. Teremos prisões no legislativo, no executivo e no meio empresarial.
Agora, se até maio nada acontecer nesse sentido, aí me juntarei a multidão que nutre o pensamento negativo sobre a justiça paraense. Começarei a desconfiar que o Ministério Público só afasta ou prende prefeitos de municípios pobres. E se assim for, salve-se quem puder.
Enquanto isso o povo morre a míngua nas filas dos postinhos sem atendimentos de urgência, ficando a mercê da própria sorte.
ResponderExcluir"Postinho" não é para atendimento de urgência. Posto de saúde é para prevenção e acompanhamento de doenças. Urgência é na UPA ou no Pronto Socorro do hospital.Aprenda a usar o serviço público corretamente. Faça sua parte.
Excluir"...que aqui no Pará o crime compensa".
ResponderExcluirAqui no Pará talvez não, mas aqui em Parauapebas... talvez sim. É esperar para confirmar. Ou não.
pode se juntar a multidão.
ResponderExcluirLuiz não perca tempo acreditando que isso vai dar em algo, no máximo eles ficam uns 30 dias na cadeia e depois são soltos, não vão devolver a grana e tudo vai voltar a normalidade.
ResponderExcluirNossa sociedade não tem mais cura, estamos doentes, na UTI moral mesmo, precisamos "morrer" pra dar lugar a um Brasil diferente.
Meu caro essa operação já era, a GAECO não volta aqui não
ExcluirLuiz tem um lugar na fila dos desesperados depois que as águas de março passarem...
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