*Por Gentil Eduardo
- O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente que os demais, creio.
- O que trás tal movimento de tão relevante, para representá-lo?
- Afirma que, se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência.
- A qual ser te referes?
- A um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, este ser é o homem, a realidade humana.
- O que significa, aqui, dizer que a existência precede a essência?
- Significa que, em primeira instância, o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo, só posteriormente se define.
- O homem é aquilo que ele faz de si mesmo?
- O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é passível de uma definição porque, de início, não é nada
- O que vem à se tornar?
- Só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo.
- Essa seria a propalada natureza humana?
- Bobagem filho, não existe natureza humana, já que não existe um Deus para concebê-la.
- Logo, o homem é uma incógnita de si mesmo, é isso?
- O homem é tão-somente, não apenas como ele se concebe, mas também como ele se quer; como ele se concebe após a existência, como ele se quer após esse impulso para a existência.
- Logo, a essência do homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo?
- É esse o primeiro princípio verdadeiro do existencialismo.
- Ao existir, define seus modelos de crença, em essência?
- Desta forma, o homem acredita que crê, ele se toma como ser-crença, quando na verdade ele é consciência da crença.
- Um Homo dogmaticus conscientizado?
- Portanto, o nada é essa distância estabelecida pela consciência e que aniquila o ser em seu próprio cerne.
- Se torna um autoengano ao definir seus sistemas de crenças?
- O homem é habitado por uma falácia: o desejo de ser, que é o desejo de fundamentar-se a partir do outro que não ele mesmo.
- Por fim, torna-se um vácuo existencial?
- Assim, o Humanismo existencialista, exige que o homem seja o fundamento sem fundamento de todos os valores, que ele se invente a partir do nada que ele é, ao invés de se autodeterminar por algo que lhe é exterior, seja a família, o Estado, o partido político, a religião, os valores, ou qualquer tipo de determinismo social, biológico ou psicológico.
Verdade seja dita.
* Gentil Eduardo é servidor público, Professor licenciado em Educação Física (UEPA); Licenciando em Filosofia (UNIASELVI); Pós graduação em Metodologia de Ensino de Filosofia e Sociologia (UNIASELVI); Liderança e Gestão de Equipes (FAERMAT); Psicologia do Esporte, e outros.
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