PARTE I
Devido a grande atividade mineradora nas
montanhas de diamante de Brogodó, a prefeitura tinha uma receita maior do que
muitos Estados americanos. Mas, o que era para ser uma bênção, virou uma
maldição para o povo brogodoense que vivia numa constante contradição. Tanta
riqueza gerada e o povo vivia numa pobreza que dava dó. Eu explico essa
contradição: devido as vultuosas quantidades de dinheiro gerada pela mineração,
Brogodó atraiu vampiros de todos os cantos do país. Esses vampiros, disfarçados
de homens de bem, descobriram um método para se revezar no poder de Brogodó e
assim, sugarem todo o sangue do povo e suas riquezas.
E o povo, de tanto ter o sangue sugado,
estava apático e sem condições de reagir ao sistema implantado pelos vampiros.
Alguns, até tentavam reagir, ameaçavam tomar o poder dos vampiros, mas, no
final, como num encantamento vampirístico, todos agiam como bobalhões,
paspalhões e acabavam contribuindo para que os vampiros permanecessem no poder.
E assim, Brogodó continuava se afundando cada vez mais num círculo vicioso.
A cada eleição, a história se repetia.
Os não vampiros se uniam para expulsar os vampiros do poder. Os líderes não vampiros,
espumando de ódio, prometiam vingança. “Dessa vez, vamos nos unir e botar esses
vampiros ladrões de sangue para correr. Chega de roubalheira” – dizia seu
Raimundo do mercadinho. “Vou votar em um cachorro, mas não voto mais nesse FDP
chifrudo” – ameaçava seu Paulo da farmácia. “Agora chegou a hora do povo dar o
troco. Vou botar pra torar nesses sanguessugas nojentos. Vamos nos unir meu
povo. Não podemos esperar. A nossa hora é agora” – esbravejava com valentia o
pré-candidato Zé Boca de Burro fingindo lacrimejar no olho esquerdo.
Será que esse ano seria diferente?
No fundo, bem lá no fundo, os não
vampiros não tinham bons propósitos para Brogodó. Queriam apenas ocupar o lugar
dos vampiros para continuar sugando o sangue do povo. E o povo? Ah, o povo!
Esse era um capítulo a parte. Quando chegava o período eleitoral, aqueles que
viviam ameaçando fincar uma estaca de madeira santa no peito dos vampiros,
faziam filas nos comitês para oferecer seu trabalho como cabos eleitorais para ajuda-los,
em troca de algum benefício ou até vãs promessas. E assim, tudo se repetia
eleição após eleição.
Já foram registrados casos em Brogodó de
políticos não vampiros que conseguiram furar a bolha e chegar ao poder, mas
foram mordidos pelos vampiros e se aliaram, tornando-se até piores. Mas, esse
será um novo capítulo dessa história.
Parabéns pela criatividade e inteligência
ResponderExcluirainda bem que esta cidade fica muito distante daqui.
ResponderExcluirMoro em uma cidade que olhando bem direitinho no espelho,para reflexo .
ResponderExcluirkkkkkkk! Qualquer semelhança é mera coincidência
ResponderExcluirO texto se refere aos "vampiros" políticos ligados ao Prefeito Darci Lermen.
ResponderExcluirBROGODÓ bem que poderia ser a MACONDO do século XXI: a MACONDO do companheiro Garcia Marquez é "uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos".
ResponderExcluirCom a mesma geografia de MACONDO, BROGODÓ traz em sua história, mais do que contradições, uma insuportável ironia.
Encravada na Pensilvânia, um lugar que une charme histórico e cultura moderna, denominada, com frequência, de berço da democracia americana, local onde a Declaração de Independência foi assinada, onde o Sino da Liberdade foi soado e onde o presidente Abraham Lincoln fez o Discurso de Gettysburg em 1863, BROGODÓ, por certo, se diz democrática.
Ao se tornar centro de romaria de vampiros, demonstra que esses sequer de geografia entendem. Vai ver que pensavam estar na TRANSILVÃNIA, a terra de seus antepassados.
Uma Gotham City sem Batman.
Onde se faz licitação para adquirir sangue e, superfaturado, entregam suco de groselha.
Van Helsing, o famoso caçador de vampiros, se viesse a BROGODÓ, seria recebido pela autoridade maior com tapinhas na costa e uma proposta (irrecusável) de ter uma secretaria de porteira fechada para chamar de sua.
E era capaz de fazer de sua bala de prata um belo anel ou uma joia para presentear a primeira-dama de BROGODÓ.
E todos continuariam vivendo felizes para sempre, sem notar a marca da mordida que carregamos no pescoço.
Brogodó se parece com muitas cidades brasileiras, algumas perto da gente.
ResponderExcluirÉ visitar a cidade de Parauapebas que história se for ficção vira realidade.
ResponderExcluirEsses vampiros insistem em continuar explorando e prejudicando a população. O povo parece não ter mais interesse nem motivação para mudar a realidade política de Parauapebas, continuan aceitando as promessas vazias desses vampiros ,e o ciclo eleitoral continua como se fosse inevitável.
ResponderExcluirMuito bem! Moro em Brogodó,!
ResponderExcluirAinda que a cidade que mora não tem vampiros kkkk
ResponderExcluirChama o Van Helsing
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