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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

COLUNA DO LEITOR - Um toque de... qualquer coisa. Um Rio que era Doce e hoje chora LAMA de amargura

O que nos resta além da lama das Minas Gerais, do desejo tresloucado da direita volver, dos falsos juízes que têm nas mangas julgamentos e sentenças com cartas marcadas?
O que nos resta senão a indignação, a esperança dos bons, a união dos humildes para vencer o ódio?
Mestre Carlos, ainda assim, nós continuamos a ser brasileiros! (Indicado por Zelão).

TAMBÉM JÁ FUI BRASILEIRO (Carlos Drummond de Andrade).


Eu também já fui brasileiro
moreno como vocês.
Ponteei viola, guiei forde
e aprendi na mesa dos bares
que o nacionalismo é uma virtude.
Mas há uma hora em que os bares se fecham
e todas as virtudes se negam.

Eu também já fui poeta.
Bastava olhar para mulher,
pensava logo nas estrelas
e outros substantivos celestes.
Mas eram tantas, o céu tamanho,
minha poesia perturbou-se.
Eu também já tive meu ritmo.
Fazia isso, dizia aquilo.
E meus amigos me queriam,
meus inimigos me odiavam.
Eu irônico deslizava
satisfeito de ter meu ritmo.
Mas acabei confundindo tudo.
Hoje não deslizo mais não,
não sou irônico mais não,
não tenho ritmo mais não.



Um comentário:

  1. E aproveitando a deixa...
    RAIOS, TROVÕES E CHUVARADA – dezenove de novembro/em 60’.
    Aderbal da Silva.
    Finalmente, a primeira grande chuva do fim do verão amazônico – não ainda do início do inverno. A meio caminho pro trabalho, pouco antes das oito da matina, tempo fechado, de repente... chuva, muita chuva. Por sorte encontrei um local que me abrigou por uma hora inteira. A dona do estabelecimento (o abrigo em questão era um boteco), muito gentil, até me ofereceu uma cadeira, como prevendo que o temporal não ia passar logo; ainda assim recusei educadamente. Dali pude perceber e conferir com muita nitidez, o quanto a nossa pobre-rica cidade é abandonada à própria sorte , digo ao próprio lixo.
    Vi lixo em grande quantidade sendo levado pela forte enxurrada, escorrendo pelas rasas canaletas, entupindo bueiros e alagando ruas. E sabem onde tudo isso vai parar? Óbvio: nos já tão castigados rios que cortam a cidade e nos abastecem de água (potável?).
    Sessenta minutos, uma hora fechada. Tempo mais que suficiente para ver, sentir, pensar, refletir e chegar à seguinte conclusão: “já que a cidade não tem prefeito e nem outra autoridade para mandar recolher o lixo e limpar cidade, a cidade agradece a São Pedro por deixá-la limpíssima e de alma lavada - lavadíssima”.
    Por esta façanha e em nome de São Pedro, a quem eu também agradeço de coração lavado, quero desejar a todos – os limpos principalmente - bom dia frio e produtividade no trabalho e na vida. E, ao Chapolin Colorado...
    “Sigam-me os bons!”


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